Desde o dia 25 de janeiro, a pitoresca cidade de Aguas Calientes, próximo a Machu Picchu, está envolta em protestos que têm impactado significativamente o turismo na região. Moradores e operadores turísticos se uniram em uma paralisação por tempo indeterminado contra a venda de ingressos ao famoso sítio arqueológico pela empresa peruana Joinnus.

Contexto do Conflito

Na última semana, a comunidade local decidiu interromper a prestação de serviços, fechar lojas e bloquear as vias férreas que conectam a cidade inca a Ollantaytambo, localizado a 60 km de Cusco. Essas ações têm causado a evacuação de turistas da região, uma vez que o trem é a principal forma de deslocamento até Aguas Calientes, de onde os visitantes embarcam em ônibus para alcançar Machu Picchu.

A origem do descontentamento reside na decisão da empresa Joinnus de intermediar a venda de ingressos online para Machu Picchu e trilhas incas, a partir do dia 20 de janeiro. Anteriormente, o serviço era realizado por uma plataforma governamental administrada pela Direção Descentralizada de Cultura de Cusco.

Motivos da Controvérsia

A Direção Descentralizada de Cultura de Cusco justifica a terceirização, argumentando que a plataforma governamental anterior era vulnerável a fraudes, revelando um rombo de $7,5 milhões de soles na comercialização dos ingressos em 2023.

O Coletivo Popular de Machu Picchu, representante de funcionários e moradores, alega que a intermediação por uma empresa privada caracteriza a “privatização sistemática” do serviço e do patrimônio cultural. Além disso, a comissão de 3,9% sobre os ingressos vendidos, paga à Joinnus, é duramente criticada pelos manifestantes.

Posicionamentos e Propostas de Resolução

Enquanto os protestos persistem, a ministra da Cultura, Leslie Urteaga, rejeita a hipótese de corrupção no processo de contratação da Joinnus. Urteaga afirma que a empresa foi escolhida por oferecer o menor preço durante o processo de licitação. A ministra ainda descarta a possibilidade de quebra do contrato com a Joinnus.

Em resposta às demandas dos manifestantes, a Joinnus se compromete a renunciar ao recebimento da comissão por seis meses e também se disponibiliza para participar de um novo processo licitatório.

Dia de Trégua e Perspectivas Futuras:

Nesta terça-feira (30), um dia de trégua foi estabelecido. Durante esse período, estradas de trem e o acesso às ruínas estão liberados, motivado por uma mesa de negociação entre o Coletivo Popular de Machu Picchu e o governo de Cusco. O resultado dessas negociações determinará o desfecho futuro dos protestos e o impacto contínuo nas operações turísticas em Machu Picchu.

Dados originais retirados do portal terra.com.br

By Israel Araujo

Entusiasta do Marketing e apaixonado em criar conteúdos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *